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Deputado chama ministra de 'sapatona' e diz que a Presidente não tem compromisso com a família
Postado por Simone de Moraes 13:24:00 01/04/2013
Crédito : Wilson Dias / AB
Do Terra (com vídeo) - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta segunda-feira que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) fez ataques "absolutamente desrespeitosos e covardes à presidente" Dilma Rousseff. Na última quarta-feira, em sessão no plenário da Casa, Bolsonaro afirmou que os protestos que pedem a saída do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão dos Direitos Humanos (CDH) é uma pressão feita por Dilma, que “não tem compromisso nenhum com a família”.
Para embasar seu discurso, Bolsonaro argumentou que se a presidente tivesse esse compromisso não teria nomeado a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, para o cargo, uma "sapatona”, segundo ele. "Essa mulher (Eleonora) representa a sua mãe, Dilma Rousseff, a minha não. E nem as mulheres brasileiras”, criticou.
"Bolsonaro é um notório defensor da ditadura. Ele fez ataques absolutamente desrespeitosos e covardes à presidente, atacou a mãe dela, inclusive. Isso é de uma brutalidade, de uma covardia ímpar. Portanto, ele merece um lugar: o lixo", rebateu Chinaglia. "Não creio que alguém com uma sensibilidade mínima não tenha nojo disso", completou o petista.
Elogios a Feliciano
Na mesma sessão em que criticou a família de Dilma e a ministra Eleonora Menicucci, Bolsonaro falou que o Plano Nacional de Promoção e Cidadania de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, feito pela Secretaria de Direitos Humanos e outros ministérios, é um “estímulo à pedofilia”.
O plano era defendido por deputados como Domingo Dutra (PT-MA), membro da Comissão de Direitos Humanos antes da eleição de Feliciano como presidente. Dutra renunciou a seu cargo na comissão em protesto à indicação do pastor no início deste mês. Citando medidas presentes no plano, Bolsonaro disse que a “inclusão da população LGBT em programas de alfabetização nas escolas públicas” são “cotas para professor homossexual na escola do ensino fundamental”.
Segundo ele, a medida fará com que os alunos, principalmente os mais pobres, tenham como exemplo "um traveco”. Para o deputado, antes de Feliciano assumir a presidência da comissão, ela representava um “estímulo ao homossexualismo (sic) infantil” e pedofilia, além de garantir “grana no orçamento para paradas gays”. O parlamentar ainda parabenizou a bancada evangélica da Câmara e disse que entregou ao presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) - que chegou a pedir a saída de Feliciano do cargo - o plano, que , segundo ele, é um “bacanal do PT e da Dilma Rousseff”.
Leia notas taquigráficas sem revisão:
O SR. JAIR BOLSONARO (PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não fugindo a minha rotina aqui, quero me dirigir às mulheres do Brasil, sejam católicas, evangélicas, ou que não tenham nenhuma religião, mulheres que tenham ou queiram constituir uma família, pois é assunto extremamente grave.
Quando se vota neste País, no caso, a Presidente da República, espera-se que a pessoa alçada a essa função escolha Ministros ou Ministras que venham a bem fazer o seu papel e a nos orgulhar de uma forma ou de outra. Quero me referir agora à Sra. Eleonora Menicucci de Oliveira, 68 anos de idade, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, cargo com status de Ministro.
Não tenho nada a ver com a opção sexual da Sra. Eleonora Menicucci, é problema dela. Mas a partir do momento em que ela se expressa, dá uma entrevista ao jornal Correio Braziliense e fala da sua opção sexual, passa a ser problema de todos nós, em especial das mulheres brasileiras.
Eu vou ler um parágrafo apenas da entrevista de uma página, para não falarem que eu tirei uma frase e a descontextualizei.
Diz aqui, no parágrafo que fala de orgulho da Sra. Menicucci, Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Atenção mulheres do Brasil. Aqui vem a matéria.
Outro ingrediente do preconceito teve a ver com sua orientação sexual, no caso, da Ministra. A Ministra já afirmou — olha só, a Ministra afirmou — manter relações sexuais com homens e mulheres. Abre aspas: Não é porque eu tenho mais de 60 anos que não namoro. Relaciono-me com homens e mulheres e tenho orgulho de minha filha, que é gay".
Pelo amor de Deus! Uma Ministra! Essa senhora está representando as mulheres brasileiras. Ela representa as mulheres brasileiras dizendo que é homossexual, que tem orgulho de uma filha gay. Para mim, não representa. Para você, mulher que está me ouvindo, tenho certeza de que também não representa. Agora, por que a Sra. Dilma Rousseff botou essa mulher lá? Porque ficaram juntas por 3 anos presas em São Paulo?
Não quero discutir opção sexual de quem quer que seja. Eu quero que seja levado à sociedade e que a sociedade discuta quem a Sra. Dilma Rousseff colocou para representar as mulheres de nosso País. Essa mulher representa as mulheres do nosso País? As mulheres da minha família, minha mãe, que ainda é viva, esposa, filha, tias? Tenho certeza absoluta de que não representa.
Agora, por que isso? Por que colocar uma mulher com esse perfil?
E mais, ela declara, em outro trecho da entrevista, que a sua especialidade é AMIU, a especialidade dela é Aspiração Manual Intrauterina, ou seja, ensinar as mulheres a fazerem o autoaborto.
Concluo, Sr. Presidente. Peço pelo amor de Deus — se éque os petistas acreditam em Deus, porque o lema, a orientação de comunistas, ditadores e nazistas é não acreditar em Deus, e sabemos que o PT tem um viés muito forte nesse sentido —, essa mulher não pode continuar representando as mulheres brasileiras.
Sr. Presidente, obrigado pela oportunidade. Lamento, não vou pedir desculpas porque a responsabilidade não é minha, mas fico envergonhado de ter a Sra. Eleonora Menicucci representando as mulheres brasileiras, em função do que ela declarou ao jornal Correio Braziliense.
Muito obrigado
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