Final de ano. Parente em hospital. Cansaço de final de ano, tirei férias precoces. Calor, estresse (traduza-se por angústia) liguei a TV para descansar e logo vi: filme POESIA. Estranho, devagar, triste, profundamente triste. Poesia, do diretor sul-coreano Lee Chang-Dong. A atriz é Jeong-hee Yoon, é Mija, faxineira e enfermeira de um senhor rico que sofreu um AVC.
Mija é uma mulher triste. Mora numa espelunca em um bairro de sujos e esquecidos. Cuida de um neto completamente desajustado que se envolve em um suicídio de uma jovem. Para livrar a cara do neto junto com os pais dos outros rapazes envolvidos na morte da menina, tem que arranjar dinheiro para calar a mãe. No meio desse negócio sujo no também sujo bairro de Seul, descobre que está sofrendo de alzheimer. Resta entrar em uma oficina de POESIA. Poesia é o encontro de Mija com seu passado, com sua infância, quando um professor lhe disse que ela era boa poetisa. A volta lenta ao passado que se une ao presente pela fina, silenciosa, sublime poesia que limpa a sujeira do bairro, do neto, da Coréia, creio.
Poesia que a leva ao encontro do fim que já estava no começo. Vale a pena sentir o filme.
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