Do coração e outros corações

Do coração e outros corações

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Lucha, luta ....


 
Abaixo vejam a carta de repúdio dos estudantes do COLETIVO INQUIETUDE LIVRE contra as atitudes do Diretor do Campus da Unicentro em Irati, Paraná.
 
A UNICENTRO é uma das Universidades Públicas do Paraná. parece que essa Universidade tem vontade política de terceirizar a coisa pública, o restaurante universitário, por exemplo.
 
***************

 

CARTA DE REPÚDIO ÀS ATITUDES DO Prof. Edélcio Stroparo, Diretor do Campus da Unicentro em Irati

 

Disse o diretor do Campus Irati, Edélcio Stroparo, que o problema do fechamento do Restaurante Universitário (terceirizado) foi causado por um pequeno número de acadêmicos que reclamavam do valor das refeições. Ora, se este grupo era tão pequeno ele mostrou ter um poder enorme. Tão grande a ponto de fazer com que o governo liberasse um milhão e duzentos mil reais para o subsídio da alimentação tanto para Guarapuava quanto Irati. Mas se o grupo era pequeno, e tudo começa assim, o prof. Edélcio não percebeu que o grupo cresceu, fez manifestação na reitoria da Unicentro, fez um ato e foi recebido pelos Deputados na Assembleia Legislativa, levantou cartazes na cara do Governador Beto Richa quando esteve aqui em Irati, fez o secretário da SETI se sentar à mesa para negociar e ganhou espaço na mídia regional. Incrível o poder de realização que teve este pequeno grupo, não é mesmo?

Agora a empresa que administrava o RU da Unicentro e que pagava o ‘exorbitante’ aluguel de 200 reais, cobrava o preço de refeição mais caro entre as universidades públicas do Paraná e servia uma alimentação cuja qualidade não agradava, se retira após seu prazo licitatório já ter expirado. A administração da universidade a partir daí procura culpar os estudantes usando o expediente da chantagem, apelos emocionais e pretende jogar uns contra os outros. Ao invés de apostar no diálogo a administração prefere o expediente de gerar discórdia entre os estudantes. Bela escola esta.
Sobre o subsídio consideramos esta uma medida paliativa e ineficaz. Ela deve ser substituída no curto prazo, pois é apenas emergencial. É uma medida assistencialista, não isonômica e atende apenas cerca de 10% dos estudantes. No campus de Irati estudam cerca de 3.000 estudantes. O Subsídio que ele considera uma boa notícia e uma resposta ‘aos críticos’ somente irá atender 300. Os restantes 2.700 continuarão a pagar pela alimentação um dos valores mais altos do Brasil, conforme matéria publica em abril no jornal Gazeta do Povo.  Será que entende o Prof. Edélcio que críticos são um problema? Uma universidade que não forma mentes críticas forma o quê? Mentes passivas? É assim que ele gosta? Em qual Universidade será que o prof. Edélcio estudou, que lá estudante ter mentalidade crítica era um problema?
Alega ele que nos RUs do estado paga-se R$ 1,90, mas ainda fica indignado pelos estudantes da UNICENTRO terem ‘reclamado’  porque  durante anos pagaram caro (R$ 4,50) por uma alimentação de baixa qualidade.

Agora, e de forma surpreendente para nós, o prof. Edélcio vem a público dizer que a proposta da universidade é que a empresa vencedora do certame administre o RU nos próximos cinco anos. Em absoluto concordaremos com isso. Nas inúmeras conversas que tivemos com ele, com o Reitor, os Deputados e o Secretario da SETI, reafirmamos categoricamente que exigimos o RU estatizado. Se houver um processo licitatório, o máximo que aceitaremos é que seja até o final do ano, pois queremos que o orçamento do estado do Paraná, cuja discussão se inicia em 29 de maio, já contemple previsão orçamentária para a estatização em 2014. Desde o ano passado já vimos falando isso. A UEL, UEM e UEPG já tem seu RU estatizado, a UNIOESTE já está discutindo a construção do seu. Queremos o nosso, ora! Em que a UNICENTRO é uma universidade que mereça menos consideração da parte do governo? Talvez porque dirigentes como o Prof. Edélcio nunca ‘reclamaram’ junto ao governo a construção de um RU para a UNICENTRO. Aliás, é de se destacar que nosso movimento não é contra a reitoria, nunca foi. Mas a reitoria passou a tratar o movimento estudantil de forma agressiva e como adversário e as falas do prof. Edélcio mostram claramente isso. Entendemos que a reitoria é eleita pelos professores, funcionários e estudantes. Ela deveria ser a representante da Universidade junto ao governo. Mas parece que ela se comporta como representante do governo, pois fica justificando os argumentos deste. A UNICENTRO nunca investiu em assistência estudantil de verdade como as outras universidades fazem. Por conta do nosso movimento de ‘meia dúzia’, como eles querem fazer acreditar, os primeiros recursos começaram a vir. A comunidade deveria ficar satisfeita com isso, pois nosso movimento injetou um milhão e duzentos mil reais na economia de Guarapuava e Irati. Um dinheiro que não existiam antes. E vamos injetar mais. E sabemos para onde este dinheiro vai. Vai para os pequenos produtores rurais da nossa cidade que irão fornecer gêneros alimentícios para o nosso RU cuja demanda é de cerca de 3.000 refeições por dia.
Ainda assim, disse textualmente o prof. Edélcio: “As pessoas que reclamam criaram um problema. Todos devem saber quem são os culpados pelo fechamento do restaurante. Foram alguns alunos que de forma deselegante deixaram os colegas, professores e funcionários sem RU”.
Relativamente a esta fala do prof. Edélcio temos a dizer que vamos fazer uma placa de metal para colocar na sede do DCE com os seguintes dizeres: “As pessoas que reclamam criaram um problema”, assinado Edélcio Stroparo Diretor do campus Irati. Esta placa terá a função de nos lembrar todos os dias e também às futuras gerações de estudantes da Unicentro contra o que lutamos. Reclamar não é um problema, reclamar faz parte da natureza humana. Por reclamar quando algo não está bom é que nossa civilização avança na cultura, na tecnologia, nas relações sociais, no direito, na economia, cruzou os mares, descobriu novos continentes e foi ao espaço. Reclamar quando algo não está bom nos motiva a melhorar sempre. Reclamar significa inquietação quando algo falta ou é insuficiente.  Se não reclamamos nos acomodamos e estagnamos. Prof. Edélcio Stroparo tenha certeza, vamos continuar reclamando para o bem da Unicentro. E se você não suporta ou tolera isso, então não serve para ser dirigente de uma universidade. A Universidade não um ambiente para acomodações Prof. Edélcio, pois ela deve estar sempre na fronteira do conhecimento. Democracia é isso, saber conviver e aprender com quem reclama. E se o senhor não aprendeu o valor da tolerância e do diálogo então vai aprender conosco.
Coletivo Inquietude Livre – CI Unicentro

Nenhum comentário:

Postar um comentário