Pesquisadora denuncia a
falsa crise da Previdência Social no País
Drª. Denise Gentil
esmiúça a questão em sua Tese de Doutorado; de acordo com a pesquisadora, a
Previdência tem superávit de R$ 8,2 bilhões

Em sua tese de
doutorado, A falsa crise do sistema de Seguridade Social no Brasil, Denise
Gentil, professora do Instituto de Economia da UFRJ, revela que os próprios
dados oficiais divulgados no website do Ministério da Previdência e Assistência
Social (MPAS) evidenciam uma considerável distorção entre o que é divulgado à
população e o que realmente pode ser constatado por especialistas em relação ao
financiamento previdenciário. Segundo a professora, existem fortes interesses
econômicos empenhados em propagar a ideia de que há um déficit crônico na
Previdência que, concretamente, não existe.
Receitas não
consideradas
A discrepância
principal está na forma de calcular o financiamento da Previdência. Segundo
Denise, a somatória de recursos apontada como “saldo previdenciário” não inclui
todas as receitas que constituem a totalidade do financiamento, considerando
apenas as originadas de contribuição do empregador e dos trabalhadores ao
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O verdadeiro resultado final da
Previdência Social envolve receitas que não foram consideradas, e que, se
calculadas, chegam a um saldo positivo de R$ 8,2 bilhões.
Desmonte de direitos
A professora ainda
destaca que o processo de execração da Previdência pública faria parte do
interesse desse grupo em privatizá-la, liberando recursos públicos que hoje
estão vinculados a gastos sociais. Com uma Previdência privatizada, todos os
trabalhadores rurais e os cerca de 40 milhões de trabalhadores informais seriam
excluídos, em um processo que a professora classificou como uma verdadeira
“luta de classes”.
Mesmo tendo o nível de
renda da classe trabalhadora caído nos últimos anos, as receitas da Previdência
não se mostram deficitárias, segundo os cálculos de Denise:
“pode ser que em
outros países do mundo seja (deficitária), por terem apenas como base o
desconto na folha de pagamento. Mas no Brasil não é, devido à diversificação de
seu financiamento. O lucro e o faturamento são seus maiores financiadores e a
ideia de que há um déficit é tão massacrante na mídia, que aqueles que defendem
uma reforma na Previdência propõem uma reforma baseada no desmonte de direitos.
A dívida do governo com a classe trabalhadora foi esquecida.
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