Do coração e outros corações

Do coração e outros corações

terça-feira, 19 de junho de 2012

poizé!



Enviado pelo amigo Grozny.

Carlos Heitor Cony
Mediocridade nacional

Duas casas, uma em Brasília, outra em Goiás, dois partidos que pretendem se revezar no poder, um bicheiro com a esquisita alcunha de "Cachoeira" -e temos aí a agenda da vida pública nacional, que se ramifica no Judiciário, na Polícia Federal e, logicamente, na mídia que dedica espaço e tempo às gravações, aos depoimentos agora chamados de "oitivas", às suposições e chantagens mútuas dos principais interessados.

Uma pauta que não deixa de ser interessante, mas que escancara em seus escabrosos detalhes a mediocridade dos tempos que vivemos, embora o Brasil, com raríssimas exceções e ao longo de seus 500 e tantos anos de existência, tenha insistido em produzir uma história menor, quase lamentável, em alguns casos vergonhosa.

Vergonhosa e lamentável porque, apesar dos episódios que estão abastecendo a gula da televisão, de jornais e revistas, tudo termina em nada -ou em quase nada, o que é pior. Ficamos sabendo que os escândalos se repetem, são previsíveis como a rota dos cometas, mas terminam
(quando terminam) como os casos do mensalão, dos anões do Orçamento que incluiu alguns anões honorários, além de muitos outros que fluem e refluem como as marés, também previsíveis como os cometas.

Saindo da atualidade. Tivemos incontáveis golpes de Estado, regimes de exceção, largos períodos de estagnações econômica e cultural. Só para dar um exemplo: a República, que em outras paragens marcou momentos gloriosos ou pelo menos heroicos, entre nós se reduziu praticamente ao marechal Deodoro que andou alguns metros de sua casa até o Ministério da Guerra, para depor o último gabinete do Império.

Bem verdade que encontrou o portão fechado, mas o velho cabo de guerra gritou para os sentinelas: "Abram isso! Abram isso!".

Abriram. 

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