Ao contrário de muitos eu gosto de ver na TV o programa político. É claro, depois corro atrás de manuais de psicologia para entender o que vi, escutei.
É surpreendente. A começar pelos nomes: Zé da Manteiga, Jorge da simpatia, Mauro da empada, João do Leite, Vânia da padaria ... esses são os nomes dos candidatos povão. Não têm sobrenome. Têm nome do trabalho ou coisa assim. Já os candidatos-mor, estes sim, apresentam sobrenomes dos pais, que já foram políticos e dos quais hoje são herdeiros. São empresários, donos. Estão na política desde as sesmarias.
Outra coisa: a imagem é também marca da divisão de classes: os da padaria, da manteiga, do postinho, do leite são menos bonitos. Muito gordos ou muito magros para o padrão cultural. Os donos já se apresentam mais mais. Sem barriga ou disfarçados de padrão. De bom mocinhos.
O que não muda é a linguagem, o modo como falam. São indiretos. Torcidos. Sorriso igual, verbos iguais, Mesmos adjetivos.
Ouvi de uma candidata mulher: a mulher hoje MANDA na política. Merkel MANDA na Alemanha. (E manda na Europa inteira a mando dos homens, creio). O verbo a traiu!
Ouvi de outro: vai fazer uma via para carros debaixo da Universidade Estadual de Maringá. Pois bem: na era da ecologia fará da Má-ringa avenidas, somente avenidas. Casas de cultura? Praças verdes? Ora, ora... isso não é mudança na retrógrada Má-ringa. Mudança é passar tratares, tratorar , tratorar.... Para que bibliotecas? Praças? Parques? ... pobres têm que ficar em casa vendo TV mesmo. Ou não?
Nenhum comentário:
Postar um comentário