Do coração e outros corações

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Braziu!

Cotidiano
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Em universidade de RO, professores têm que bancar pesquisa
Crise na Universidade Federal de Rondônia faz docente pagar para continuar estudos MATHEUS MAGENTA
ENVIADO ESPECIAL A PORTO VELHO (RO)
Professores da Unir (Fundação Universidade Federal de Rondônia) estão tirando dinheiro do próprio bolso para manter pesquisas acadêmicas em andamento, pagar funcionários e comprar material básico de consumo.
A falta de recursos tem origem em problemas financeiros e administrativos da universidade e também na crise da Riomar (Fundação Rio Madeira), responsável pela gestão dos recursos de convênios e de pesquisas da Unir.
A fundação é investigada por supostos desvios de verba pública e por irregularidades em obras e contratos.
As suspeitas levaram professores e alunos a decretarem greve em setembro. Estudantes estão acampados na reitoria há mais de 70 dias.
As aulas estão paradas, mas parte das pesquisas não pode ser interrompida.
A Folha ouviu relatos de professores, funcionários e alunos de cursos oferecidos no principal campus da universidade, em Porto Velho.
GASTOS
A professora Carolina Dória, do departamento de biologia, diz que gastou R$ 4.000 para pagar pescadores que colaboram em pesquisa sobre impactos ambientais da construção da hidrelétrica de Santo Antônio (rio Madeira).
Alunos bolsistas têm que fazer rodízio dos dias de pesquisa porque faltam cadeiras.
No departamento de engenharia elétrica, professores compram equipamentos e materiais para, eles próprios, adaptarem móveis doados.
A universidade ainda enfrenta problemas como ácidos armazenados de forma inadequada, cadáveres em decomposição por falta de vedação, fiação desencapada, obras paradas ou atrasadas e até falta de papel higiênico.
O Ministério da Educação diz que constituiu, em 24 de outubro, uma comissão de auditores com representantes do ministério e da CGU (Controladoria-Geral da União) para auditar as contas da Riomar e da Unir.
O relatório final deve ser entregue nos próximos dias.
Na semana passada, o reitor da universidade, José Januário de Oliveira Amaral, pediu renúncia do cargo.
À Folha ele afirmou que os recursos da Unir são insuficientes para a manutenção dos campi e que parte dos problemas são causados por deficit de funcionários e má gestão de departamentos.
Amaral disse ainda que é inocente em relação às denúncias de supostos desvios de recursos na Riomar. Admitiu que tem corresponsabilidade em parte dos problemas enfrentados pela universidade, mas disse que é alvo de perseguição política e de homofobia (ele é homossexual).

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