Do coração e outros corações

Do coração e outros corações

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Nós, as des-generadas....

«Se as pessoas não falarem comigo, / (…)
Se me tratarem como a um animal, /
Se me atirarem o comer pró chão –, /
A dor não amordaço, não me calo (…)».

OSIP MANDESLTAM

Ganhei de minha amiga Clélia, o livro PSICOLOGIA DO CONHECIMENTO. DIÁLOGO ENTRE AS CIÊNCIAS E A CIDADANIA  de presente. Eu vi o livro no II Colóquio de Epistemologia Genética em Marília, SP. Ia comprar, mas quando vi um dos autores, José Angotti Peres, desisti. Não dou dinheiro nem tempo para esse autor. Mas, a Clélia descobriu que tinha dois desse mesmo livro e me presenteou. Não li o capitulo do professor Angotti e nem vou ler. Faço a seguinte ressalva: o livro contém seções interessantes e um capitulo excelente de Gerard Vergnaud. Uma seção interessante é a da discussão das RELAÇÕES DE GÊNERO E CONHECIMENTO CIENTÍFICO. São três capitulos. Interessante é notar que o professor Angotti quando aqui esteve em uma comissão enviada pelo ex-coordenador da ex-área 46 da CAPES, indicou o desligamento da Professora Patrícia Lessa que trabalha com relações de gênero e ciência. A mesma professora já esteve na França, México e Alemanha apresentando trabalhos desse tema. Então, o professor Angotti publica com colegas que tratam do tema (e tratam bem) e aqui em Maringá, na Universidade e no pós, ele ceifa a cabeça de pesquisador da área de gênero e educação? Por que?  Sou a favor do livro, de suas questões, mas espanto-me com o grau (ou sem grau) de coerência do professor citado. Digo sempre e repito: as comissões da Capes lutam por que? Ou por quem?
Também mais dois professores de Comissão da Capes estiveram aqui após a visita dos professores Angotti e Matedi, o Professor Marco Antonio Moreira e outro da matemática. Disseram que a professora Patricia Lessa não tinha perfil para a ex-área 46, de educação científica. Hoje, pois fica claro, pelo menos pelo livro citado, que há sim, relação entre Gênero e Ciência. Só não vê quem não quer. Talvez essa cegueira seja uma questão de gênero.

Em tempo:

recebi ontem a revista Ensaio. Revista de pesquisa em Educação da UFMG. Há um belo artigo de Fernanda Osterman, Paulo Lima Junior e Flavia Rezende: Diferenças de gênero nas preferências disciplinares de estudantes de ensino médio: relações com a educação em ciências. Então, em outras universidades na área de ensino de ciências pode. Aqui não pode? Quem viver verá.

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