"Ao se tornar dominante, o discurso capitalista visa sobrepor o mercado à sociedade. Por ele, não existe mais sociedade, só mercado, cujas leis, já dizia Adam Smith, são invisíveis. A mão invisível que regula o mercado (ainda que tente personificar o capital na figura do empresário capitalista) não tem regulação possível, pois no discurso capitalista não há lei, só imperativo. Trata-se, como indica Lacan, de um discurso sem lei, que foraclui a castração (...). Trata-se de um discurso que, ao não formar laços sociais, prolifera os sem: terra, teto, emprego, comida etc. Os que estão with no discurso capitalista são out: without. Como sua lógica obriga, quem é está sem" - (AnTônio Quinet. Psicanálise e Psiquiatria: controvérsias e convergências. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001, p.18).
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