Do coração e outros corações

Do coração e outros corações

quarta-feira, 25 de abril de 2012

do Facebook de Mariana Festucci.
‎"A sociedade regida pelo discurso capitalista se nutre da fabricação da falta de gozo e produz sujeitos insaciáveis em sua demanda de consumo - consumo de gadgets que ela oferece como objeto de desejo -, promovendo, assim, uma nova economia libidinal. Em contrapartida, ao situar a mais-valia no lugar da causa do desejo, transforma cada um de nós num explorador em potencial de nossos semelhantes, para deles obtermos o lucro de um sobretrabalho não contabilizado, produzindo, assim, uma "lei" de querer obter vantagem em tudo (...). Nesse ciclo, o lugar da mais-valia coincide com o dos objetos de um gozo prometido e não alcançável por estrutura. A "mais-valia", diz Lacan, "é a causa do desejo da qual uma economia faz seu princípio". No discurso capitalista, portanto, a ciência visa produzir objetos de consumo que operam como causa de desejo, sendo o saber científico capitalizado para produzir objetos que representem os objetos pulsionais" - (Antônio Quinet em "Psicanálise e Psiquiatria: controvérsias e convergências. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001, p.17).


‎"Ao se tornar dominante, o discurso capitalista visa sobrepor o mercado à sociedade. Por ele, não existe mais sociedade, só mercado, cujas leis, já dizia Adam Smith, são invisíveis. A mão invisível que regula o mercado (ainda que tente personificar o capital na figura do empresário capitalista) não tem regulação possível, pois no discurso capitalista não há lei, só imperativo. Trata-se, como indica Lacan, de um discurso sem lei, que foraclui a castração (...). Trata-se de um discurso que, ao não formar laços sociais, prolifera os sem: terra, teto, emprego, comida etc. Os que estão with no discurso capitalista são out: without. Como sua lógica obriga, quem é está sem" - (AnTônio Quinet. Psicanálise e Psiquiatria: controvérsias e convergências. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001, p.18).

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