Trabalho infantil – na Europa
do Blog de JOANA LOPES, Portugal Ver aqui
É impossível não sentir uma enorme revolta ao ler um texto publicado em Le Monde, a que cheguei na versão divulgada por PressEurope.
Em Nápoles, «milhares de crianças deixam a escola para ajudarem os pais a fazerem face às despesas. Fazem pequenos trabalhos não declarados ou são recrutados para os trabalhos sujos da máfia». Na região, entre 2005 e 2009, 45 mil crianças terão abandonado a escola, 38% das quais com menos de 13 anos.
«Moços de recados em lojas, empregados de café, entregadores de compras, aprendizes de cabeleireiro, ajudantes nas fábricas de curtumes do interior e nas marroquinarias das grandes marcas, “paus para a toda a colher” nos mercados, estão por todo o lado, visíveis, a trabalhar à luz do dia, perante uma indiferença quase geral.»
Dois casos:
Gennaro, que acaba de fazer 14 anos, sonhava ser informático, mas trabalha numa mercearia, seis dias por semana: arruma prateleiras, descarrega caixas, faz entregas, por menos de um euro por hora.
Pasquale, de 11 anos, descarrega caixas num supermercado durante o dia e rouba cobre em lixeiras durante a noite. Se lhe perguntam o que quer fazer quando for grande, «fica mudo e depois choraminga: “vou fazer o que puder”».
Etc., etc., etc.
Sei que insisto mas não me canso: Europa, século XXI. Continuamos a indignar-nos (apenas) porque há crianças asiáticas que cosem bolas de futebol e outras histórias semelhantes?
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