Dito por aí (13)
@João Abel Manta
«O que está a acontecer é que a construção europeia está a passar da fase do risco para a fase da incerteza. A diferença entre os dois conceitos é a base do negócio das companhias de seguros. É possível segurar o risco do acidente de viação, pois posso calculá-lo, mas ninguém segura riscos associados a alterações climáticas, pois aí reina a incerteza. O tempo da Europa, e consequentemente de Portugal, já passou a fase do cálculo, para entrar na entropia da incerteza. O tempo não pertence a Vítor Gaspar, mas ao jogo de dados a que uns chamam deus, e outros azar. Ninguém sabe quando, e se, Portugal voltará aos mercados.»
Viriato Soromenho-Marques, Do risco para a incerteza
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«Em segundo lugar, nessa cultura a compreensão do trabalhador como titular de direitos é tida como um desvio ideológico passadista e substituída pela apologia de uma "responsabilidade social" feita de distribuição de sobras que minora a raiva e o desespero mas mantém incólume tudo o que os produz. Em Abril, Soares dos Santos revelou que 1500 dos funcionários da Jerónimo Martins têm os salários penhorados por dívidas e alguns até roubam nas lojas Pingo Doce para matar a fome. Isso fê-lo rever a política de salários do grupo e o abuso de recurso à precariedade? Não, num gesto magnânimo, prometeu ajuda em géneros. Eis a responsabilidade social em todo o seu esplendor.»
José Manuel Pureza, Pingo amargo
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«Entre quatro produtos analisados, apenas no caso da pêra a margem era inferior a 50%, sendo de 40%. “Na alface, 80% do preço final fica na distribuição – um quilo de alface custava, em média, cerca de 40 cêntimos à saída do produtor e quase 1,80 euros no supermercado; na cenoura, a margem de comercialização ficava entre o 55% e os 70%; na maçã, a margem era superior a 50%”, segundo dados publicados no seu sitea. O Observatório [dos Mercados Agrícolas] quer estudar mais alimentos.»
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