do Blog de Roberto Romano
Segunda-feira,
28 de maio de 2012
Edição nº 528
Pesquisa
revela baixa representação de mulheres e negros no parlamento
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PDF Campinas, 28 de maio de 2012 a 10 de junho de 2012 – ANO 2012 –
Nº 528
Pesquisa
revela
baixa representação
de mulheres e negros
no parlamento
baixa representação
de mulheres e negros
no parlamento
Investigação, cujo foco foram as
eleições de 2006 e 2010,
incluiu entrevistas com 42 parlamentares de quatro Estados
incluiu entrevistas com 42 parlamentares de quatro Estados
- Texto: Luiz Sugimoto
- Fotos: Luis Paulo Silva, Antoninho Perri
- Edição de Imagens: Tulio
Chagas
O
Brasil tem apenas de 13% de mulheres no parlamento, ocupando o final da fila na
América Latina. O dado é divulgado pela Inter-Parlamentary Union (IPU), órgão
que reúne todos os legislativos do mundo e que compila estatísticas sobre a
presença de mulheres nestas casas. Por que as mulheres candidatas não conseguem
se eleger na mesma proporção que os candidatos homens? Por que as mulheres se
apresentam menos na política? Ou, quando se apresentam, o que acontece para que
não tenham tanto sucesso? Por que os financiamentos de campanha são sempre
menores para as mulheres?
São estas as principais questões
colocadas por Rachel Meneguello e Bruno Speck, professores do
Departamento de Ciência Política da Unicamp e pesquisadores do Centro de
Estudos de Opinião Pública (Cesop), no projeto de pesquisa “Mulheres e Negros na Política – Estudo exploratório sobre o
desempenho eleitoral em quatro estados brasileiros”. Financiada pela Unifem, órgão das Nações Unidas para
Empoderamento das Mulheres (agora ONU Mulher), a pesquisa incluiu
entrevistas em profundidade com 42 parlamentares e membros de partidos do Pará,
São Paulo, Santa Catarina e Bahia, com o objetivo de avaliar os
constrangimentos e obstáculos que poderiam explicar a baixa representação de
mulheres e negros no parlamento. O foco esteve nas eleições de 2006 e 2010 e em
nove partidos: PT, PSB, PP, PMDB, PSDB, PSOL, PCdoB, PDT e DEM.
“Durante as entrevistas com as
mulheres candidatas ou parlamentares, algumas dimensões relativas ao acesso à
política ficam muito claras. Uma delas é a trajetória política. Boa parte delas tem uma trajetória muito
convencional e tradicional na política brasileira, que é a relação de família:
o marido, o pai, o avô e até o bisavô político. E, quando não existe esta
tradição de família, vemos os casos de mulheres com uma militância importante
nos movimentos sociais, como de mulheres, negros, estudantes e agricultores, e
o ingresso em partidos de esquerda”, afirma Rachel Meneguello, que é
diretora do Cesop.
Segundo a pesquisadora, a hipótese de
que as mulheres teriam menos interesse pela política, está presente na própria
fala de algumas entrevistadas, que culpam as demais pela baixa
representatividade no parlamento. “Ainda
existe este preconceito em relação a si mesmas. O que de fato acontece – e aí entra outra dimensão da nossa pesquisa –
tem a ver com a presença do machismo. Sobretudo as casadas e com filhos, que
têm atribuições domésticas, enfrentam grande dificuldade para dar conta de uma
carreira política e do casamento. Dentre as entrevistadas, mais de 20% são
separadas. Eleita, a mulher não se ocupa apenas de legislar, ela tem uma vida
dentro do partido e precisa compatibilizar as atividades com sua vida privada.”
Rachel Meneguello ressalta que os
partidos são estruturas consagradas como de domínio masculino, onde é difícil
que mulheres se destaquem, mesmo em São Paulo, que apresenta outro grau de
competição política e abertura para o ingresso de novos atores. “Como exemplo,
Marta Suplicy, apesar da imagem pública de destaque como mulher de televisão,
entrou na política com o apoio de Eduardo Suplicy – são relações que não
acontecem somente no Nordeste, onde se supõe que concentra traços da política
tradicional e familiar. Na vida parlamentar, o preconceito aparece contra as
mulheres, principalmente as negras. Dezesseis entrevistadas que se declararam
negras foram tratadas com diferença, primeiro como mulher, na pouca importância
dada às suas opiniões, e também por meio de um racismo velado, difícil de
medir.”
Outro aspecto observado na pesquisa,
de acordo com a professora, é a visão essencialista da diferença que a mulher
faz na política, em que as próprias entrevistadas se colocam como mais honestas
e mais capazes para tratar determinadas questões. “Alguns dizem o tempo todo
que Dilma Rousseff não tem liderança nem traquejo político e, quando ela coloca
mulheres em cargos-chave, desperta preconceitos dos mais variados. Entretanto,
todos os entrevistados chamam a atenção para a importância pelo menos simbólica
da presença de uma mulher na Presidência. Não se tem a ilusão de que isso
mudará a dinâmica da política nacional, mas vai se criando a percepção de que
as mulheres podem ter acesso a outras instâncias, seja de trabalho, seja de
representação política.”
Paridade estatutária
Rachel Meneguello informa que o PT é
o primeiro partido a tomar seriamente a questão das mulheres e negros,
incluindo mudanças fundamentais na reforma do seu estatuto, em fevereiro deste
ano. “A primeira mudança é a paridade de homens e mulheres nos cargos de
direção. Mais: o novo estatuto define um levantamento sobre raça e idade dos
filiados e, havendo determinado número de negros, por exemplo, pelo menos 20%
deles terão lugar em cada um dos órgãos de direção. Estes órgãos também terão
ao menos 30% de jovens, o que implica renovação de quadros.”
Outra mudança no PT destacada pela
diretora do Cesop, na mesma reforma estatutária, é a limitação de três mandatos
para cada cargo, ou seja, se um candidato se eleger três vezes deputado
estadual, terá que mudar de esfera no pleito seguinte. “Isso tem um impacto
para as mulheres, pois se os quadros devem ser renovados estatutariamente,
abre-se outra porta de ingresso para que elas, por exemplo, obtenham legendas.
Esse impacto não virá na próxima eleição, mas merece ser observado nas futuras,
porque pode começar a mudar a cultura masculina dentro das estruturas
partidárias.”
A pesquisadora não identifica em
outros partidos considerados progressistas a inclusão de medidas semelhantes em
seus estatutos. “O PSB menciona bastante o estímulo à participação de mulheres
e negros na política, mas apenas mencionar é muito pouco. Embora os partidos
possuam secretarias da mulher e de combate ao racismo, não veem o tema como
central, não existe uma diretriz política para isso. Mesmo PCdoB e PSOL, que estão mais à esquerda, defendem a prioridade de
uma luta política mais ampla de transformação social – e as questões da mulher
e do negro iriam de carona nesta luta mais ampla.”
Rachel Meneguello aponta, afinal, o
que a pesquisa colheu de essencial. “Se fosse para resumir esta entrevista,
duas grandes questões aparecem. Uma delas é que os constrangimentos
fundamentais do acesso às mulheres e negros na política estão no domínio
masculino desta dinâmica de representação. Do outro lado, temos uma grande
reclamação em relação às estruturas partidárias, havendo a necessidade de
mudanças, inclusive legais, que levem à participação efetiva de mulheres e
negros na dinâmica interna dos partidos. O sucesso da politica de cotas, já
implantada mas menos exitosa do que se esperava, parece depender mais de
mudanças na organização interna dos partidos do que da reforma do sistema
eleitoral”.
Dinheiro míngua para candidatas
O professor Bruno Speck, juntamente
com a pesquisadora Teresa Sacchet, participou de um projeto anterior financiado
pela Secretaria de Mulheres da Presidência da República, que envolveu mais de
dez organizações, entre elas o Cesop. “Esta pesquisa é consequência e sequência
da outra, que analisou o desempenho das mulheres nas eleições de 2010 focando
aspectos como da propaganda política e do financiamento de suas campanhas. Nós
do Cesop analisamos especificamente a questão do financiamento das candidatas,
chegando ao resultado de que elas recebiam menos recursos e menos votos em
relação aos homens. Esta pesquisa atual foi mais qualitativa, sobre as razões e
o pano de fundo desta desvantagem, incluindo entrevistas com as mulheres e
estendendo o trabalho aos negros.”
Um dado básico e sempre interessante,
na opinião de Bruno Speck, é a proporção de mulheres eleitas entre as
candidatas. Ele atenta para a similaridade dos gráficos para a Câmara dos
Deputados e as Assembleias Legislativas após as eleições de 2010, que trazem na
primeira barra a média da população feminina no Brasil (em torno de 50%). Na tabela
de candidatos a deputado federal, a segunda barra mostra que a proporção de
mulheres foi de 11,9% na Bahia, 18,6% no Pará, 25,2% em Santa Catarina e 18,8%
em São Paulo. “Aqui, já vemos uma sub-representação das mulheres, decorrente do
filtro partidário para obtenção das legendas”, observa.
Entretanto, na terceira barra, de
candidatas eleitas, nota-se uma diminuição brusca para respectivos 2,6% (BA),
5,9% (PA), 6,3% (SC) e 8,6% (SP). “Se as mulheres candidatas tivessem a mesma
chance de se eleger do que os homens, a segunda e a terceira barras deveriam
ter igual tamanho. Mas não é assim, há uma nova queda. A questão é: por quais
razões elas têm menor chance de se eleger?”.
O pesquisador não dispõe de
informações que expliquem por que tão poucas mulheres se candidatam,
principalmente havendo a Lei de Cotas, determinando que cada partido ou
coligação destine pelo menos 30% das vagas a candidatas mulheres. “O dado mais
citado no caso brasileiro é de 18% de mulheres entre os candidatos, ou seja, a
maioria dos partidos e das circunscrições não cumpre a legislação. Um
comentário recorrente nos movimentos feministas diz respeito à pouca
penalização por este descumprimento nas eleições passadas.”
Naquela pesquisa em que analisou a
questão do financiamento, ficou claro para Bruno Speck que as mulheres recebem
menos recursos que os homens. Os gráficos mostrando a média de arrecadação por
mulheres e homens, para deputado estadual e deputado federal, tornam clara a
discrepância. “É um quadro que se repete nas outras eleições, com exceções como
do Pará, onde o conjunto de candidatas arrecadou mais ou menos o mesmo valor
dos homens – o que se reflete também no resultado eleitoral.”
Segundo o pesquisador do Cesop, um
aspecto que não era objeto da pesquisa, mas bem conhecido em campanhas
eleitorais, é a estreita relação entre arrecadação e voto: o candidato que se
elege sempre consegue arrecadação bem maior do que os não eleitos. “Tomo o
cuidado de não definir isso como uma causalidade, pois não sabemos se é a
percepção do doador de que o candidato tem grande chance de se eleger que causa
o financiamento, ou se o financiamento é que causa o resultado eleitoral, ou
seja: se dinheiro rende voto ou se a expectativa de voto rende arrecadação.
Entretanto, a correlação é estreitíssima e induz a pensar que o financiamento é
corresponsável pelo baixo desempenho das mulheres.”
Candidata laranja
Bruno Speck considera a hipótese de
que os financiadores realmente não acreditam que as mulheres têm chance de se
eleger, visto que elas geralmente apresentam um histórico político-eleitoral
bem mais curto. “Tipicamente, para se eleger a um cargo de alto nível como de
deputado federal ou senador, é preciso uma longa história política. Portanto, a
Lei de Cotas não vai resolver, hoje, a baixa presença das mulheres e melhorar
seu desempenho. Antes da lei, havia menos candidatas, mas aquelas que
conseguiram emplacar na lista partidária tiveram desempenho de igual a melhor
que os homens. A partir do momento em que os partidos foram obrigados a inchar
suas listas com mulheres, este desempenho caiu. E a chamada ‘candidata laranja’
virou fenômeno”.
A esse respeito, a professora Rachel
Meneguello afirma que algumas entrevistadas colocam claramente que seu papel no
partido é o de preenchimento de cotas. “E há o fato de que esta lei não prevê
qualquer sanção, caso seja descumprida. Talvez venha a ter nas próximas
eleições, com o Ministério Público acompanhando o preenchimento das listas e
criando uma reprimenda ou outro tipo de medida.”
A diretora do Cesop recorda que as
mulheres reclamam muito da distribuição interna dos recursos de campanha,
havendo casos de candidatas que, mesmo casadas com companheiros de partido, não
receberam sequer santinhos e cartazes. “Então, novamente, de onde poderia vir
uma solução: com as mulheres estando presentes nas instâncias partidárias que
distribuem recursos, garantindo pelo menos o acesso também para elas.”
Horário eleitoral
Bruno Speck ousa especular que a
eleição municipal seja, talvez, o momento mais importante para incentivar mais
mulheres a disputar cargos de vereança e de prefeito, depois a de deputado
estadual e assim por diante. “É preciso pensar em como alimentar esta cadeia
com mais incentivos às mulheres. Num sistema eleitoral de listas abertas como
do Brasil, obrigar os partidos a incluir mulheres entre os candidatos tem
impacto muito limitado, já que quem decide, no final das cotas, é o eleitor.
Mais de 90% dos votos no país são depositados nos candidatos, e não em partidos.
Mas, voltando à questão dos recursos, acho que o partido tem um papel
importante em relação a um recurso indireto, que não é em dinheiro: o horário
eleitoral gratuito.”
O cientista político lembra que a lei
obriga o partido a dividir seu tempo no horário eleitoral equitativamente entre
os vários cargos, não sendo permitindo beneficiar, por exemplo, mais o
candidato a prefeito e menos os pretendentes ao legislativo. “O partido possui
ampla margem de manobra e nem sempre usa esta margem de forma aberta entre os
candidatos, promovendo alguns nomes em detrimento de outros. Se o partido
adotar uma política de incentivo à participação feminina, vejo este funil do
horário eleitoral como um veículo mais fácil de ser utilizado do que o
financiamento. É complicado pedir ao empresário que financie mulheres.”
O círculo vicioso da estagnação
Indicadores internacionais compilados
pelo Cesop mostram que a baixa presença de mulheres e negros na política não é
um problema exclusivamente brasileiro, mas generalizado no mundo. Bruno Speck aponta
os Estados Unidos como um dos exemplos negativos, com 17% de mulheres no
Congresso e 22% nos parlamentos regionais. “A Alemanha tem 30% de deputadas no
parlamento e, atualmente, só duas mulheres ocupando o governo de dois dos 16
estados; nos partidos de esquerda, o Partido Verde é o que traz 50% de mulheres
em seus quadros.”
O pesquisador observa que esta baixa
representação das mulheres se dá em diferentes patamares, dependendo do país.
“A Alemanha do pós-guerra tinha 10 ou 12 mulheres no parlamento e agora avançou
para 30%. No Brasil, há certa estagnação neste momento. Vínhamos tendo certo
crescimento na participação, mas agora não vemos sinais de que se está
avançando para os 50%, que seria a taxa normal, considerando a proporção de
mulheres e de homens na população brasileira.”
Rachel Meneguello, por sua vez, busca
parâmetros históricos para ressaltar que o voto feminino no Brasil foi aprovado
em 1932 (o primeiro caso na América Latina) e, na Suíça, somente em 1972. “Como
explicar isso? Há um terreno muito positivo de possibilidades de representação
feminina, mas também uma estagnação que advém desta política tradicional. E,
ainda em relação aos Estados Unidos, estudos mostram que, historicamente, os
negros têm muito mais sucesso do que as mulheres na política.”
Por outro lado, a professora recorda
que o Cesop organizou um seminário sobre o sistema eleitoral brasileiro e a
mudança da lista aberta de candidatos para a fechada, apresentando dados de
outros países onde estudos indicam que esta mudança beneficiou a participação
das mulheres de alguma forma e que sua implantação vem sendo uma tendência.
“Eu, particularmente, acho que a lista fechada ainda não é a melhor solução
para o Brasil, não pela sua adoção em si, mas pelas estruturas partidárias ainda
muito oligárquicas. Alguns partidos têm claramente seus caciques, enquanto
outros contam com lideranças consagradas que detêm votos e cadeiras há muito
tempo – tais lideranças, num primeiro momento, talvez não abram espaço para as
mulheres.”
Rachel Meneguello também se mostra
descrente quanto a outra mudança pretendida na reforma partidária, que é o
financiamento público da campanha eleitoral. “Em quase todas as entrevistas da
pesquisa, o financiamento público aparece como uma grande solução para o acesso
de mulheres e negros à política. Isso me parece um mito. Destinar recursos do
Estado ao partido pode funcionar como equilíbrio e controle de fundos em geral,
mas se não houver controle sobre a distribuição dentro do partido, o círculo
vicioso se repete.”
Componentes demográficos são levados em conta
No que se refere à metodologia
utilizada para desenvolver o projeto “Mulheres e Negros na Política – Estudo
exploratório sobre o desempenho eleitoral em quatro estados brasileiros”,
Rachel Meneguello explica que, por se tratar de uma amostra no país, a questão
foi tratada de maneira política e de maneira demográfica. “Buscamos dados do
IBGE sobre populações de Estados para medir a representação política dos
negros, no caso a Bahia, com 17% em 2010; e, como contraprova, Santa Catarina,
com 3%. São Paulo, por sua vez, é o distrito eleitoral mais competitivo do
país, onde todos os 29 partidos estavam representados (agora são 30). Por fim,
o Pará, que até pouco tempo tinha Marisol Brito no Senado e Ana Júlia Carepa
como governadora, buscando um universo menos próximo de nós do Sudeste e mais
representativo da política tradicional brasileira.”
Elaborado um elenco de nomes a serem
entrevistados, a professora conta que em boa parte das vezes foi bastante
difícil contatá-los, ou por que não aceitavam passar por uma hora e meia de
entrevista (que era qualitativa, em profundidade) ou por que a agenda não
permitia. “No final das contas, conseguimos entrevistar 42 parlamentares,
candidatos ou membros de partidos, sendo oito homens. Em termos de participação
efetiva das mulheres nos cargos internos partidários, como por exemplo, nas
comissões executivas, o PT possuía a maior percentagem, 20% (oito cargos); nos
demais a participação ficou entre 8% e 10%, demonstrando a dificuldade de
acesso das mulheres à própria dinâmica interna dos partidos”.
Os pesquisadores do Cesop também decidiram abordar o espectro
partidário: direita, centro e esquerda. “Alguém dirá que é difícil fazer tal
distinção no Brasil, mas não é tanto assim, há uma série de estudos acadêmicos
cujo esforço é entender como os partidos se localizam neste espectro
ideológico. Uma das hipóteses era de que estar à esquerda ou à direita também
faria diferença na inserção de mulheres e negros na política. Por um lado, indica
uma relação com movimentos sociais, o que não é privilégio brasileiro, faz
parte de todas as democracias representativas. Partidos como PT, PCdoB e PSB
têm intensa relação com os movimentos negros, bem como uma secretaria de
mulheres em suas estruturas – o que não é por acaso, pois chega um momento em
que a Lei de Cotas começa a ser absorvida.”
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