… as que terão lugar amanhã, na Grécia e em França, inscreverão certamente o dia 6 de Maio de 2012 como um marco no percurso próximo da Europa. Em The Guardian, diz-se que pode tratar-se do primeiro dia de uma «Primavera europeia», o que, apesar de tudo, me parece talvez um pouco exagerado.
Tudo leva a crer que Hollande baterá Sarkozy (mas, até ao lavar dos cestos…). Embora o meu entusiasmo pelo provável vencedor seja mais do que mitigado, a saída de Sarkozy será um enorme alívio para a França e para a Europa e, nesta segunda volta, nem se põe a questão de voto útil ou inútil, mas sim de voto inevitável. Outra questão será o dia seguinte e as promessas que ficarão por cumprir, mas isso faz parte de muitas regras de vários jogos.
Interessa-me mais a Grécia. Pela incerteza quanto aos resultados, pelo que está em jogo para um povo martirizado e pela novidade trazida pela ascensão garantida das forças fora do centro – para o bem e para o mal. Diz-se, no artigo acima referido, que é todo o sistema do poder que está à beira de um ataque de nervos, mas que, apesar dos perigos vindos da extrema-direita, a queda das elites gregas marcará o início de uma nova fase que poderá levar a um «fim catártico» da tragédia grega.
Extremamente significativo é certamente o facto de três partidos anti-austeritários – Syriza, Comunista e Esquerda Democrática – somarem cerca de 40% das intenções de voto, embora com posições diferenciadas em relação à União Europeia e à eventual participação num futuro governo. Uma coisa é garantida: não poderão ser ignorados.
Será?
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